Minha inspiração são as sensações contidas no movimento e na forma. As formas da natureza, dos seres vivos, as texturas. Sempre busco, através do processo cerâmico, apropriar-me dessas sensações para explorar as ideias de fluidez, de fragmentação, de decomposição, finitude e perpetuidade. A minha produção acaba sendo muito orgânica e pouco geométrica.

Dentro do meu processo, um fator importante é o descontrole inerente a ele.
O ceramista não é o único ator. Junto com ele estão a força da gravidade, a evaporação da água contida na argila, que retrai e contorce a massa; e o fogo, como ator muito relevante. Eu gosto de explorar o descontrole, o “deixar acontecer”. As trincas, os colapsos das peças, as misturas aleatórias de óxidos cujo resultado é único e impossível de repetir, pois não registros as receitas.

Costumo arriscar e errar bastante. O “erro” é um motor muito potente.